segunda-feira, setembro 26, 2011

Cultura com novo organigrama poupa 2.630 mil euros em cargos de chefia

Numa conferência de imprensa, hoje de manhã, no Palácio da Ajuda, destinada a «esclarecer as afirmações incorrectas que têm sido publicadas sobre o que vai ser a estrutura orgânica da Secretaria de Estado da Cultura», Francisco José Viegas garantiu que a Cinemateca não vai ser extinta: «Isso seria o equivalente a cortar os pulsos, é impensável».
No novo modelo de gestão que apresentou, denominado Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) farão parte a Cinemateca Portuguesa/ Museu do Cinema, bem como a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional de São Carlos (organismos até agora agregados na Opart, que deixará de existir), a que se juntam os dois teatros nacionais, o D. Maria II, em Lisboa, e o de São João, no Porto. A gestão integrada destes cinco organismos, disse Francisco José Viegas, não significará perda de autonomia artística e identidade de cada um deles. O ACE, disse, «garante economia de meios e maior eficácia permitindo que estas Empresas Públicas do Estado (será este o modelo de gestão a adoptar) possam concentrar-se na sua actividade central, a criação artística».
No novo modelo haverá um presidente e um vice-presidente e cinco administradores-delegados (contra os 11 administradores do modelo herdado do Governo anterior). O Secretário de Estado da Cultura (SEC) adiantou que ainda não foi encontrado o presidente da ACE, mas que há vários nomes em estudo.
O SEC quer ainda definir uma «linha média» para resultados de bilheteira a obter e discutir com os directores dos teatros nacionais a linha de programação: «O que não significa impor. É um dever nosso discutir o que deve ser o repertório dos nosso teatros nacionais. Isto acontece em todo o lado. É uma discussão importante, que deve estar aberta aos cidadãos».
Francisco José Viegas anunciou ainda a fusão de três organismos na área do património (Instituto dos Museus e da Conservação, Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo e Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) num organismo novo, a Direcção-Geral do Património Cultural, «algo que os operadores no terreno há muito que assumem como uma medida fundamental», garantiu.
Também a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas e a Direcção-Geral dos Arquivos serão integradas num organismo único, a Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas. O que, de acordo com Francisco José Viegas, não é uma desvalorização do seu papel. «Queremos, pelo contrário, fazer regressar o livro ao primeiro plano do que é a política cultural».
As medidas adoptadas de acordo com o PREMAC (Plano de Redução e Melhoria da Administração Central do Estado) implicarão uma redução de 36% de no número de dirigentes superiores e intermédios, o que equivalerá a menos 2.630.037 euros de custos com salários e associados nos organismos tutelados pela SEC.
Francisco José Viegas aproveitou ainda para sublinhar que o grande desafio para os próximos dez anos é o de criar públicos e que essa preocupação é partilhada com o Ministro da Educação. «Vamos levar este debate às escolas. Se não tivermos uma verdadeira educação artística, dentro de pouco tempo os alunos que saem das universidades não saberão quem é Mozart ou Shakespeare».
Todas as medidas anunciadas serão postas em prática a seguir à aprovação do Orçamento do Estado para 2012.

In: http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=29031#.TnrB7OM0u6w.blogger

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