Estas obras estão inseridas no programa estratégico Bibliotecas XXI, aprovado esta quarta-feira em reunião de câmara com as abstenções do PSD e do CDS e os votos favoráveis dos eleitos do PS, independentes e PCP.
A proposta prevê, até 2024, dotar a cidade de oito 'bibliotecas-âncora' e 18 de bairro, disse referiu a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.
O objectivo do programa é "um novo reordenamento das bibliotecas de Lisboa por todo o território", afirmou a autarca socialista, recordando que estes equipamentos na cidade "não acompanharam movimento de modernização que se verificou no País", motivado pelas regras do Plano Nacional de Leitura Pública e da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas (ILFA, na sigla em inglês), da UNESCO, principalmente no que diz respeito à dimensão do espaço.
Por isso, resumiu a vereadora, o objectivo é "trazer as bibliotecas ao século XXI", transformando-as em "centros culturais de proximidade" dotados de, "além das valências tradicionais, de políticas activas de combate à iliteracia e à exclusão", e de espaços como "pequenos auditórios e áreas expositivas" e colocá-las em rede "numa perspectiva local de bairro.
Nesse sentido, e "neste mandato", a autarquia vai "requalificar e ampliar a biblioteca do Palácio Galveias, recuperando o edifício e alargando a biblioteca ao primeiro piso, onde vai haver também um espaço expositivo com biblioteca", descreveu Catarina Vaz Pinto, acrescentando que a empreitada para esta obra já está em concurso.
Já no que diz respeito à Biblioteca de Alvalade, fechada por motivos de segurança desde 2009, o programa prevê instalá-la no Palácio dos Coruchéus, que se passará a chamar Biblioteca dos Coruchéus.
"O palácio está em boas condições e não precisa de muitas obras. E tem a vantagem de interagir com os espaços de artes, como ateliês e a Galeria Quadro, que o rodeiam", salientou a vereadora.
Quanto à Hemeroteca, que "está pendente há vários anos", Catarina Vaz Pinto disse que foi "encontrada uma solução no complexo desportivo da Lapa, que passará a ser um Complexo Desportivo e Cultural", aproveitando já a biblioteca de desporto existente no espaço.
A autarca socialista adiantou o acervo da Hemeroteca será reduzido apenas aos jornais da cidade e a alguns nacionais e que, para o actual edifício onde a Hemeroteca está instalada, em frente à Igreja de São Roque, não está ainda previsto nenhum uso.
Por fim, a câmara prevê construir uma nova biblioteca-âncora em Marvila.
Catarina Vaz Pinto sublinhou que estas intervenções, num investimento proveniente do Programa de Intervenção Prioritária em Acções de Reabilitação Urbana (PIPARU) de cerca de quatro milhões de euros, estão concluídas até ao final do mandato, ou seja, até finais de 2013.
Nos próximos 12 anos, ou seja, até 2024, a câmara prevê dotar a cidade de oito bibliotecas-âncora, considerando a de Alta de Lisboa, a de Marvila e a de Benfica (na antiga Fábrica Simões) "prioritárias", e de 18 bibliotecas de bairro, ou seja, mais que duplicar estes equipamentos, que hoje são apenas 12.
Catarina Vaz Pinto afirmou que os locais específicos e os orçamentos envolvidos terão de ser definidos "à medida que quer as condições orçamentais e de espaço vão surgindo na cidade".
O programa concluiu ainda que, no ano passado, cerca de 700 mil utentes visitaram as bibliotecas lisboetas.
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